Empresário de Itaperuna usou diploma falso de Publicidade para turbinar imagem profissional, e conquistar prestígio social
04/07/2025 15:59
Na esteira da série de revelações sobre a compra ilegal de diplomas universitários no Brasil, O Verificador revela agora um novo nome ligado ao esquema: Flavio de Lima Purificate, empresário de Itaperuna (RJ), dono da STG Sports — uma fabricante de material esportivo com forte presença regional e digital. Ostentando o título de “Bacharel em Publicidade e Propaganda”, Flavio se apresenta nas redes como estrategista de marketing e empresário de visão. Mas a verdade é bem diferente: o diploma que sustenta sua narrativa foi comprado ilegalmente em 2023, com data retroativa de conclusão em 17 de dezembro de 2021, sem que ele jamais tenha sido matriculado na instituição que “emitiu” o documento — a Universidade Estácio de Sá.
Nas redes sociais, especialmente no Instagram e no LinkedIn, Flavio exibe com orgulho o título falsificado. Em sua bio, lê-se: “Bacharel em Publicidade e Propaganda” — uma informação que é usada não apenas para autopromoção, mas como alicerce da imagem profissional que construiu diante de clientes, entidades e parceiros locais.
O uso do título acadêmico é estratégico: com ele, Flavio valida campanhas publicitárias questionáveis da própria empresa, que incluem promessas genéricas de “inovação”, “tecnologia de ponta” e “projetos de impacto”. Em diversas publicações, há elogios e interações de entidades como o Rotary Club de Itaperuna, que aparentemente desconhecem a origem forjada da qualificação profissional em questão.
A presença digital da STG Sports é agressiva, e a retórica utilizada por Flavio — impulsionada pelo diploma falso — influencia diretamente seu posicionamento no mercado. Ele participa de eventos, promove parcerias e concede entrevistas como “Empresário especialista em comunicação aplicada ao esporte”. A legitimidade fabricada lhe garante capital simbólico, visibilidade e prestígio social. Mas a máscara começa a ruir. Nossa equipe teve acesso à plataforma digital clandestina utilizada por Flavio para adquirir o diploma. O endereço IP utilizado para acessar o sistema é o mesmo da sede da STG Sports. Há registro da solicitação do diploma com nome, CPF e data de emissão falsa.
A cidade de Itaperuna (RJ) vê na STG Sports uma empresa de destaque — fornecedora para escolas, clubes locais e campeonatos amadores. O que os clientes talvez não saibam é que, por trás da imagem “empreendedora” e da autodeclarada expertise em Publicidade, está um empresário que jamais pisou em uma sala de aula universitária para aprender o ofício que proclama dominar.
Esse caso se soma ao de outros personagens, revelados nas últimas semanas, e reforça a denúncia de que há uma rede criminosa organizada por trás da venda de títulos acadêmicos, movimentando esquemas que vão muito além da vaidade pessoal: impactam políticas públicas, confiança social e a própria noção de mérito e qualificação no Brasil. Flavio não apenas comprou um diploma: comprou uma identidade profissional, enganou o público, distorceu a percepção de seus méritos e lucrou com isso.