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O Verificador

Suplente de vereador pelo União Brasil comprou diploma falso de engenharia elétrica para obter registro no CREA

Neste novo capítulo da série investigativa que resultou na operação da Polícia Federal no último dia 11, nesta edição O Verificador investiga o caso Luiz Antonio Mossun Iabiku Filho

02/07/2025 18:45

Dando sequência à série de reportagens investigativas de O Verificador, nossa atenção alcança a história de Luiz Yabiku, um recorrente candidato a vereador em Sorocaba que em 2024 alcançou o patamar de suplente, pautando sua candidatura na redução de burocracias e na simplificação de processos administrativos.

Acontece que os seus 1.658 eleitores não faziam ideia de que o político levaria isso a risca, simplificando para si até mesmo o processo de graduação em engenharia elétrica, por meio da compra de um diploma falso em vez de fazer uma graduação regular.

Documentos a que teve acesso O Verificador demonstram que Luiz Antonio Mossun Iabiku Filho é mais um envolvido no escândalo de diplomas fraudados descortinado pela nossa reportagem, que resultou na primeira fase da Operação Código 451 da Polícia Federal, que já realizou buscas e prisões em diversos estados e no Distrito Federal.

Luiz Antonio Mossun Iabiku Filho, de 48 anos, ostenta publicamente a imagem de um engenheiro de sucesso, com mais de trinta anos no ramo da segurança do trabalho e como bombeiro, porém recentemente resolveu dar uma virada na sua trajetória, se beneficiando de um diploma falso para obter um registro de engenheiro elétrico junto ao Crea/SP.


Perfil de Yabiku em uma rede social – Fonte: Reprodução


Perfil de Yabiku em uma rede social – Fonte: Reprodução



Durante semanas, a equipe de investigação de O Verificador analisou documentos, interceptou conversas, acessou plataformas digitais clandestinas e realizou verificações junto a órgãos reguladores para desmontar o que é um caso grave de uso de documento falso para exercício da profissão de engenheiro.

Os documentos obtidos por O Verificador revelam que Luiz Yabiku se utilizou de meios espúrios para adquirir o suposto diploma, que posteriormente foi utilizado para ampliar a fraude para o Conselho Regional de Engenharia e Agronomia.

A história se torna ainda mais impactante quando se nota que o político já era engenheiro civil e possui registro profissional em segurança do trabalho junto ao Crea/SP, o que nos leva a crer que o diploma falso foi obtido por mero capricho ou ganância, tornando ainda mais grave a sua conduta.




O diploma é falso — e sabemos disso porque vimos tudo

O Verificador teve acesso a conversas inéditas e reservadas entre Luiz Antonio Mossun Iabiku Filho e intermediários da rede que falsificava diplomas universitários — registros que comprovam que ele não foi vítima do sistema, mas parte consciente dele. As trocas de mensagens, que integram documentos em posse da redação, mostram:

- Negociação direta com vendedores ilegais;

- Pedido específico de diploma em nome da Universidade Estácio de Sá — com datas retroativas de conclusão do curso e menção à área de Engenharia Elétrica;

- Discussão sobre como burlar exigências do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (CREA), inclusive mediante negociações de registros facilitados;

- Confirmação do uso do documento para tentar obtenção de registro profissional, sem ter cursado sequer um ano da graduação.


Foto de urna


Foto de urna.



O conteúdo é extenso, contundente e técnico. E será publicado gradualmente como parte da série de reportagens especiais ao longo desta semana. A cada novo capítulo, nomes serão revelados, doações de campanha serão escrutinadas e documentos serão expostos com novas frentes da investigação que se tornarão públicas.



O início

No último dia 11, a Polícia Federal deflagrou uma operação de combate à venda ilegal de diplomas de medicina, que foi noticiado com exclusividade por O Verificador.

Em uma das maiores operações contra fraudes educacionais da história do país, a Polícia Federal realizou uma ação nacional contra um grupo criminoso especializado na falsificação e venda de diplomas de ensino superior. Os documentos eram usados para conseguir registros em conselhos profissionais e exercer ilegalmente profissões sensíveis como Medicina, Engenharia, Psicologia e Biomedicina.


Modelo dos diplomas que eram comprados pelos criminosos.


Modelo dos diplomas que eram comprados pelos criminosos.





Rastreamento digital e documentos secretos

Nossa equipe descobriu o endereço digital de uma plataforma clandestina utilizada para autenticar diplomas falsos em nome da Universidade Estácio de Sá. Ali, escondido sob camadas de segurança digital precária, estava o nome de Luiz Yabiku.

O que veio a seguir também se repete: um pedido de registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de São Paulo (CREA-SP) foi submetido de forma clandestina, segundo fontes com acesso ao sistema interno do órgão. Os documentos apresentados — segundo relatos obtidos sob reserva — continham formatos, assinaturas e selos idênticos aos já identificados como fraudulentos em dossiês anteriores. 

Mais grave: o pedido não foi feito de maneira formal. Yabiku utilizou novamente procedimentos escusos para tentar validar sua falsa titulação junto ao CREA.



Outro lado

Procurado pela nossa reportagem, Luiz Yabiku admitiu ter adquirido o diploma por meio dos criminosos, afirmando que precisava do documento para fins próprios.

Comentários (Total de comentários: 1161)

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Ivan 26/06/2025 19:15

Falsificação de diploma tem que ser tratada como crime hediondo, não dá mais!

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Tiago 26/06/2025 19:14

Acho que nem CPI apura tão bem quanto O Verificador está fazendo aqui.

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Sérgio 26/06/2025 19:14

Coloco fé que agora vai ter desdobramento federal. Reportagem está completa!

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Clovis 26/06/2025 19:13

Denúncia detalhada, provas fortes, e ainda tem quem defenda…

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Jéssica 26/06/2025 19:12

Retrato do Brasil: diploma falso, cargo público, e o povo enganado. Vergonha.

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Elaine 26/06/2025 19:10

Isso explica muita coisa errada nas obras públicas e nos laudos técnicos. Tem que rever tudo!

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Lívia 26/06/2025 19:09

Esperando a lista completa de todos os políticos envolvidos nessa fraude nacional.

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Marina 26/06/2025 19:08

Parabéns à equipe de investigação. Que isso chegue às últimas consequências legais.

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Bruna 26/06/2025 19:07

A cada novo episódio dessa série, vê-se como a impunidade alimenta esses esquemas.

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Patrícia 26/06/2025 19:06

Se passaram por engenheiro elétrico sem formação. Imagina o risco para a sociedade!

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Tatiane 26/06/2025 19:05

Vergonhoso para o partido e para o CREA. Que venham as próximas revelações!

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Ana 26/06/2025 19:03

Impressionante como os criminosos usam até plataformas digitais pra legalizar documento falso.

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Eduardo 26/06/2025 19:02

Repórteres de O Verificador estão fazendo o trabalho que o Estado deveria ter feito faz tempo.

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Gabriel 26/06/2025 19:00

Escândalo grande, mas isso é só a parte visível. Tem mais gente suja ainda escondida.

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Felipe 26/06/2025 18:59

Enquanto médicos e engenheiros de mentira burlam o sistema, a população fica vulnerável.

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Fernando 26/06/2025 18:58

A justiça precisa agir rápido, ou teremos mais gente falsificando título pra conseguir cargo público.

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Isabela 26/06/2025 18:57

Merecia cadeia. Comprar diploma põe vidas em risco, principalmente nas engenharias.

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Camila 26/06/2025 18:56

A cara de pau de alguns políticos não tem limite. Votar neles é compactuar com o crime.

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Eliane 26/06/2025 18:55

Só nessa reportagem já se vê que tem um esquema nacional por trás. Investigação não pode parar.

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Larissa 26/06/2025 18:54

Essa série “Diploma Zero” precisa virar livro. O Brasil precisa aprender com esses casos.

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