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O Verificador

Ataques aéreos de Israel em Gaza deixam ao menos 72 mortos e aprofundam crise humanitária

Entre as vítimas, famílias inteiras são dizimadas e mais de 50 mil crianças já morreram ou foram gravemente feridas desde 7 de outubro de 2023, segundo a UNICEF

29/06/2025 13:09

Desde o fim do último cessar-fogo em março, Israel intensificou sua campanha militar no território palestino, deixando um rastro de destruição e vítimas civis. Só nas últimas 24 horas, pelo menos 72 pessoas foram mortas em ataques aéreos em diferentes regiões de Gaza.

Vítimas civis em acampamento de Muwasi
Em um dos episódios mais brutais, três crianças e seus pais morreram enquanto dormiam em tendas num acampamento de deslocados em Muwasi, perto de Khan Younis, no sul de Gaza. Segundo parentes, o bombardeio ocorreu de madrugada. “O que essas crianças fizeram para merecer isso?”, questionou Suad Abu Teima, avó das vítimas, ao ver os corpos ensanguentados. Familiares colocaram flores nos sacos mortuários em uma cena que expõe a dimensão humana do conflito.

Outros pontos de impacto
Funcionários do Hospital Shifa em Gaza informaram que:

12 pessoas foram atingidas nas imediações do Estádio Palestino, área que abriga milhares de deslocados.
Oito civis morreram dentro de apartamentos na Cidade de Gaza. Autoridades de saúde do Hospital Nasser, no sul, contabilizaram mais de 20 corpos nas últimas horas. Um ataque ao meio-dia em uma rua do leste da Cidade de Gaza deixou 11 mortos, cujos corpos foram levados ao Hospital Al-Ahli. Em outro bombardeio, uma reunião de familiares no leste da cidade resultou em oito mortes, entre elas cinco crianças, conforme relatório do mesmo hospital. Já na entrada do campo de refugiados de Bureij, no centro de Gaza, dois civis foram mortos enquanto aguardavam ajuda.

Negociações de cessar-fogo avançam em Washington
O presidente dos EUA, Donald Trump, manifestou otimismo sobre um possível cessar-fogo na próxima semana. “Estamos trabalhando para resolver isso em Gaza”, afirmou a jornalistas. Autoridades americanas informam que o ministro israelense Ron Dermer deve chegar a Washington para tratar de um acordo que inclua não apenas Gaza, mas também o Irã.
As negociações indiretas entre Israel e Hamas seguem em curso desde março, sem trégua efetiva. Cerca de 50 reféns ainda estariam em poder do Hamas, dos 251 sequestrados em outubro de 2023. “O que mais resta a fazer em Gaza que ainda não tenha sido feito?”, questionou Yotam Cohen, cujo irmão Nimrod está entre os reféns.

Balanço de mortos e posições de Israel e Hamas
Desde o último cessar-fogo, o Ministério da Saúde de Gaza contabiliza 6.089 mortos, parte dos mais de 56 mil vítimas do conflito, incluindo combatentes e civis — mais da metade mulheres e crianças. Israel afirma visar apenas militantes e culpa o Hamas por operar em áreas densamente povoadas, mas a Corte Internacional de Justiça já afirmou que a liderança do governo de Israel pratica crimes contra a humanidade e ordenou a prisão do primeiro-ministro Netanyahu.

O grupo Hamas, por sua vez, condiciona a libertação de todos os reféns ao fim imediato da ofensiva. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu promete continuar a campanha até o “desarmamento e exílio” do Hamas, meta rejeitada pelo grupo extremista.

Bloqueio de alimentos e mortes em filas de ajuda
A crise humanitária se agrava com o bloqueio de alimentos: apenas um fluxo muito limitado de suprimentos entrou em Gaza desde meados de maio. Nos últimos 30 dias, mais de 500 palestinos foram mortos e centenas feridos por disparos ao buscar comida em pontos de distribuição, segundo o Ministério da Saúde local. Testemunhas afirmam que soldados israelenses dispararam contra multidões, prática que o Exército nega, alegando tiros apenas de advertência e que investigará casos de feridos.

Esforços da ONU para levar ajuda enfrentam saques e violência de gangues em rodovias controladas por Israel. No sábado, duas pessoas foram mortas em confrontos próximos ao corredor Netzarim, estrada que separa o norte do sul de Gaza.

Comentários (Total de comentários: 1138)

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Bruna 29/06/2025 14:23

Crianças e famílias inteiras pagando com a vida por uma guerra que não escolheram. Até quando?

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Eduardo 29/06/2025 14:23

“Somente militantes” — mas as fotos de crianças mortas não mentem. Justiça para os civis!

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Patrícia 29/06/2025 14:23

Trump elogia cessar-fogo com Irã e ignora os bombardeios em Gaza. Hipocrisia descarada.

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Rafael 29/06/2025 14:23

Enquanto Israel avança, o Hamas continua sequestrando reféns. Civis indefesos no meio.

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Gustavo 29/06/2025 14:23

O bloqueio de alimentos é punição coletiva. Isso precisa ser denunciado a todo custo.

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Camila 29/06/2025 14:23

Negociações de paz que não param de falhar. Quem banca esse massacre?

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Luana 29/06/2025 14:23

“Desarmamento do Hamas” soa como desculpa para manter o genocídio em curso.


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