Diploma comprado, CREA inexistente e fachada empresarial: Gabriel Nery, o “engenheiro” que enganou o sistema
26/06/2025 20:46
Gabriel Nery de Sousa se apresenta publicamente como engenheiro eletricista, é empresário em três CNPJs ativos ligados ao setor elétrico e acumula mais de 32 mil seguidores no Instagram, onde compartilha conteúdos técnicos e comerciais com ar de autoridade. Mas, segundo levantamento exclusivo da equipe de apuração do Portal O Verificador, ele não possui registro no CREA, tampouco concluiu de forma regular um curso de graduação em Engenharia Elétrica.
A apuração técnica aponta que Gabriel teria adquirido um diploma forjado no valor de R$ 6.800 em dezembro de 2023. O documento, com data retroativa de conclusão marcada como 17 de julho de 2018, faz parte de um lote de diplomas falsos vendidos por um esquema criminoso já rastreado por operações da Polícia Federal. Os dados obtidos indicam que o diploma foi emitido para tentar sustentar o exercício da profissão e dar respaldo à atuação empresarial de Gabriel.
Atualmente, Gabriel é sócio-administrador das seguintes empresas:
Todas elas operam em segmentos que, por lei, exigem responsabilidade técnica de profissional habilitado, conforme exigência do sistema CONFEA/CREA. No entanto, não foi localizado qualquer registro ativo de Gabriel como engenheiro, nem sequer registro pendente. A ausência dessa inscrição configura, em tese, exercício ilegal da profissão – além do uso indevido do título profissional.
Chamou atenção da equipe de investigação o prestígio conquistado por Gabriel nas redes sociais, onde ostenta lifestyle empresarial, parcerias comerciais e postagens técnicas com abordagem profissional. A combinação do conteúdo com a falsa titulação serve, na prática, como argumento de autoridade para angariar clientes e contratos.
Outro ponto levantado por fontes da investigação é que Gabriel mantém vínculos com a maçonaria, o que reforça o nível de influência social que ele possui. A hipótese de que redes de contatos tenham facilitado o acesso à documentação fraudulenta está sendo analisada pela equipe.
Até o momento, o conteúdo desta descoberta não foi oficialmente repassado à Polícia Federal. Estamos em fase final de consolidação das evidências para envio formal às autoridades competentes, garantindo que todas as provas estejam organizadas, contextualizadas e tecnicamente verificadas por especialistas em fraude documental e autenticação digital.