Wanderson Moraes Coutinho, apontado como chefe de quadrilha que causou prejuízos milionários à Receita Federal, aparece em sistema clandestino como comprador de diploma falso de Ciências Contábeis
25/06/2025 07:52
Por Redação Investigativa – O Verificador
No dia 12 de dezembro de 2022, seis dias antes de ser preso pela Polícia Federal na Operação Crédito Podre, o empresário Wanderson Moraes Coutinho realizou uma transação que agora reabre o caso sob um novo ângulo. O Verificador teve acesso exclusivo a registros de um sistema clandestino já desativado, chamado www.cnd-br.org, utilizado por falsificadores para gerenciar a emissão e distribuição de diplomas universitários forjados. Entre os nomes listados: o do próprio Wanderson.
Segundo os dados obtidos, Wanderson adquiriu um diploma falso de Ciências Contábeis emitido em nome da Universidade Estácio de Sá — instituição cujo nome e identidade visual foram indevidamente replicados em sites falsos produzidos pela mesma quadrilha. A confirmação do pedido, o número de protocolo interno e o comprovante de pagamento foram todos arquivados em backup digital da plataforma, cujo espelhamento técnico nossa equipe obteve em colaboração com fontes da investigação federal.
Os arquivos obtidos mostram que, após a emissão do diploma, houve tentativa de submissão do documento falso ao Conselho Regional de Contabilidade de Goiás (CRC-GO). A ação teria sido intermediada por integrantes da mesma engrenagem criminosa responsável pela criação do site www.cnd-br.org. O domínio foi tirado do ar pela Polícia Federal durante a fase final da investigação, mas já havia sido usado por dezenas de falsários para tentar validar registros junto a conselhos de classe em todo o país.
A simulação do portal da Estácio de Sá fazia parte de um ecossistema criminoso mais amplo: utilizava servidores estrangeiros e incorporava QR codes, carimbos digitais e certificados simulados, com aparência idêntica à de documentos oficiais. Os criminosos mantinham ainda um painel de edição interna, onde podiam gerar históricos escolares, certificados, declarações e selos de verificação sob demanda. Tudo isso agora está sob análise da Polícia Federal, que confirmou a apreensão dos materiais durante a investigação.
Wanderson Coutinho foi preso no dia 15 de dezembro de 2022 na Barra da Tijuca (RJ), acusado de liderar uma organização criminosa especializada na venda de créditos tributários fictícios para empresas de diferentes setores, em troca de comissões de até 60% sobre o valor compensado. O grupo, segundo a PF, usava empresas de fachada e intermediários “laranjas” para ocultar a origem dos valores. Foram apreendidos, à época, duas pistolas, um fuzil, carregadores, munições e dinheiro vivo.
O novo dado, agora revelado por O Verificador, é que Wanderson tentava, paralelamente à atuação empresarial irregular, construir legitimidade profissional com base em documentos falsos. O diploma de Ciências Contábeis comprado poucos dias antes de sua prisão sugere que o empresário pretendia obter uma certificação formal que lhe permitisse atuar em campos fiscalmente estratégicos com uma fachada institucional mais robusta.
Até o momento, não há confirmação de que o registro no CRC tenha sido efetivado. Fontes internas informaram que o processo foi interrompido antes de ser homologado. Ainda assim, o uso do diploma falso e a tentativa de validação já configuram tentativa de falsidade ideológica e crime contra a fé pública, além de agravar a condição criminal de Wanderson no inquérito já em curso.
A mesma rede criminosa fornecedora do diploma a Wanderson é investigada por sua atuação em diversas frentes: desde a clonagem de sites institucionais (como da própria Estácio), até a venda de pacotes completos de formação com histórico escolar, certificado de conclusão, diploma, declaração de carga horária e “registro simulado” em conselhos profissionais. Os preços variavam entre R$ 3.000 e R$ 18.000, com pagamento via Pix e criptomoedas.
O Verificador teve acesso técnico à estrutura do portal criminoso, incluindo o ambiente onde funcionários da quadrilha editavam nomes, datas, selos e assinaturas falsas. O sistema também contava com um painel de rastreamento de pedidos, onde o nome de Wanderson constava como "finalizado" em 13/12/2022.
Toda a documentação será entregue às autoridades federais. A Universidade Estácio de Sá afirmou, em nota anterior enviada à nossa redação, que “repudia veementemente o uso indevido de sua marca e coopera integralmente com a Polícia Federal”.
O Verificador prossegue a série especial sobre a rede de diplomas falsos e já identificou outros nomes de alto perfil relacionados ao mesmo esquema. Nos próximos dias, revelaremos novos beneficiários, vínculos com cargos públicos e tentativas de regularização profissional com base em documentos falsificados.
A investigação não terminou. Ela apenas começou.
Parabéns ao Verificador por expor isso. A investigação tá mais rápida que o MP.
O crime agora tem interface responsiva e layout institucional. Bizarro.
Clonar site da Estácio? Esse pessoal é criativo no crime, pelo menos.
Tirar site do ar é pouco. Tem que rastrear Pix, blockchain, IP e tudo mais.
Esse é o nível da ousadia: fraudar currículo enquanto lidera quadrilha bilionária.
Com diploma falso e arma em casa, ainda tem gente chamando de “empresário”.
Esse caso tem que servir como base para endurecer a lei contra diploma falso.
Quantos já conseguiram se registrar com diploma falso antes de serem descobertos?
O Brasil não tem esquema pequeno. É arma, é diploma, é Pix e ainda querem registro profissional.
A Estácio devia processar todo mundo que usou o nome dela pra essa palhaçada.
Deveriam abrir todos os registros desse portal criminoso. Vai sair nome grande ali.
Além de golpista tributário, agora também falsário educacional. Parabéns pela ficha corrida.
Como alguém consegue dormir sabendo que vai ser preso e ainda tenta enganar o sistema?
E a pessoa quer ser contador. Imagina a contabilidade feita por esse cidadão.
Quem validou esse pedido no CRC devia ser investigado também.
Agora entendemos por que muitos “profissionais” não sabem nem fazer regra de três.
Clonaram site, geraram QR code falso, criaram painel interno. Isso é indústria criminosa digital.
Comprar diploma falso seis dias antes da prisão? Esse Wanderson é debochado.
O mais grave é ver como o sistema quase aceitou. Só não passou porque caiu antes.
A polícia tem que espelhar os backups e publicar todos os envolvidos.
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