Anvisa passa a reter receituários de “canetas emagrecedoras” para conter uso fora da bula
A partir desta segunda (23), prescrições de GLP-1 — como semaglutida e tirzepatida — terão controle semelhante ao de antibióticos, após registro de aumento de eventos adversos
24/06/2025 02:00
Nesta segunda-feira (23), entrou em vigor a nova regra da Anvisa que obriga farmácias e drogarias a reter receitas de medicamentos agonistas de GLP-1, popularmente conhecidos como “canetas emagrecedoras”. A categoria inclui semaglutida (Ozempic), tirotrepida (Mounjaro), liraglutida (Saxenda), entre outros.
Objetivo da medida
A diretoria colegiada da Anvisa aprovou, em abril, o controle mais rigoroso após identificar um número elevado de eventos adversos decorrentes do uso desses fármacos fora das indicações aprovadas. A agência baseou-se em notificações do VigiMed, seu sistema de farmacovigilância, que sinalizou patologias e reações adversas acima da média global quando o medicamento é consumido sem supervisão médica adequada.
O alerta da Anvisa
Ao justificar a medida, o diretor-presidente substituto, Rômison Rodrigues Mota, ressaltou que se trata de “medicamentos novos, cujo perfil de segurança a longo prazo ainda não é totalmente conhecido”. Segundo ele, a promessa de emagrecimento rápido, sem acompanhamento especializado, expõe os usuários a riscos desnecessários.
Como funciona o novo controle
• Receita em duas vias: o médico deve prescrever em duas cópias, ficando uma retida na farmácia.
• Validade de 90 dias: o documento poderá ser usado pelo paciente por até três meses.
• Registro no SNGPC: farmácias e drogarias terão de lançar no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados toda a movimentação desses medicamentos.
Off-label continua permitido
A norma não proíbe a prescrição para usos não descritos na bula (off-label). Segundo a Anvisa, cabe ao médico avaliar, com responsabilidade, riscos e benefícios, informando o paciente sobre eventuais efeitos colaterais.
Pressão das entidades médicas
Sociedades de endocrinologia, diabetes e obesidade há meses defendiam a retenção das receitas. Em carta conjunta, especialistas alertaram para a venda irregular — mesmo exigindo receita, não havia obrigação de apreensão — e para o risco de automedicação em massa, que prejudica quem realmente necessita do tratamento.
Desafios e críticas
Embora celebrada como avanço no combate ao uso indiscriminado, a medida poderá incrementar a burocracia nas farmácias e atrasar a entrega a pacientes crônicos. Ainda assim, defensores apontam que o aperto regulatório é essencial para garantir que esses medicamentos continuem acessíveis apenas a quem apresentar indicação clínica segura.
Objetivo da medida
A diretoria colegiada da Anvisa aprovou, em abril, o controle mais rigoroso após identificar um número elevado de eventos adversos decorrentes do uso desses fármacos fora das indicações aprovadas. A agência baseou-se em notificações do VigiMed, seu sistema de farmacovigilância, que sinalizou patologias e reações adversas acima da média global quando o medicamento é consumido sem supervisão médica adequada.
O alerta da Anvisa
Ao justificar a medida, o diretor-presidente substituto, Rômison Rodrigues Mota, ressaltou que se trata de “medicamentos novos, cujo perfil de segurança a longo prazo ainda não é totalmente conhecido”. Segundo ele, a promessa de emagrecimento rápido, sem acompanhamento especializado, expõe os usuários a riscos desnecessários.
Como funciona o novo controle
• Receita em duas vias: o médico deve prescrever em duas cópias, ficando uma retida na farmácia.
• Validade de 90 dias: o documento poderá ser usado pelo paciente por até três meses.
• Registro no SNGPC: farmácias e drogarias terão de lançar no Sistema Nacional de Gerenciamento de Produtos Controlados toda a movimentação desses medicamentos.
Off-label continua permitido
A norma não proíbe a prescrição para usos não descritos na bula (off-label). Segundo a Anvisa, cabe ao médico avaliar, com responsabilidade, riscos e benefícios, informando o paciente sobre eventuais efeitos colaterais.
Pressão das entidades médicas
Sociedades de endocrinologia, diabetes e obesidade há meses defendiam a retenção das receitas. Em carta conjunta, especialistas alertaram para a venda irregular — mesmo exigindo receita, não havia obrigação de apreensão — e para o risco de automedicação em massa, que prejudica quem realmente necessita do tratamento.
Desafios e críticas
Embora celebrada como avanço no combate ao uso indiscriminado, a medida poderá incrementar a burocracia nas farmácias e atrasar a entrega a pacientes crônicos. Ainda assim, defensores apontam que o aperto regulatório é essencial para garantir que esses medicamentos continuem acessíveis apenas a quem apresentar indicação clínica segura.
