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Diploma falso, risco real: O Verificador revela falsa biomédica reincidente em Praia Grande

De cabeleireira à falsa biomédica em Praia Grande: como diplomas forjados sustentam o avanço da estética ilegal no Brasil

23/06/2025 23:06

Falsa biomédica em Praia Grande: O Verificador revela rede clandestina de diplomas usados para burlar fiscalização e praticar estética invasiva



Por Redação de Investigação – O Verificador




Durante semanas, a equipe de investigação de O Verificador analisou documentos, interceptou conversas, acessou plataformas digitais clandestinas e realizou verificações junto a órgãos reguladores para desmontar o que é, até aqui, um dos casos mais graves de prática ilegal da biomedicina estética no litoral paulista.




No centro do caso está Maria Santana Rodrigues Santos, que se apresenta como "biomédica estética" no bairro do Boqueirão, em Praia Grande (SP), onde atende clientes sem possuir qualquer titulação legalmente reconhecida. Aparentemente apenas mais uma profissional da beleza, Maria opera — com total consciência — fora dos limites legais. O que esta reportagem revela é mais do que um simples caso de exercício ilegal: trata-se da integração ativa de uma pessoa física a um esquema criminoso nacional que comercializa diplomas universitários falsos para uso em registros profissionais.



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O diploma é falso — e sabíamos disso porque vimos tudo




O Verificador teve acesso a conversas inéditas e reservadas entre Maria e intermediários da rede que falsifica diplomas universitários — registros que comprovam que ela não foi vítima do sistema, mas parte consciente dele. As trocas de mensagens, que integram documentos em posse da redação, mostram:






O conteúdo é extenso, contundente e técnico. E será publicado gradualmente em uma série de reportagens especiais ao longo desta semana. A cada novo capítulo, nomes serão revelados, documentos serão expostos e novas frentes da investigação se tornarão públicas.



Diploma falso, prática real



Maria Santana


Apesar de já ter sido autuada anteriormente pelo CRBM por exercício ilegal, Maria seguiu operando. Munida agora de um diploma forjado, ela intensificou sua atuação, oferecendo procedimentos exclusivos de profissionais biomédicos devidamente habilitados, como:






O local onde Maria atende — um pequeno espaço no térreo de uma galeria simples no Boqueirão — não possui estrutura de fiscalização sanitária visível, tampouco afixação de registro em conselho profissional, como exigem os órgãos reguladores. A informalidade, neste caso, serve como blindagem para práticas potencialmente danosas à saúde dos pacientes.



As autoridades vão receber tudo




Diante da gravidade do caso, O Verificador tomará uma medida inédita em sua história editorial: irá entregar todo o material reunido à Polícia Federal, ao Ministério Público Estadual e ao Conselho Regional de Biomedicina. A redação organizou as provas em lotes digitalmente autenticados, com trilha de verificação técnica, cadeia de custódia e cópias paralelas arquivadas em servidores independentes.




Entre os arquivos que serão encaminhados às autoridades estão:





Fiscalização inoperante, sistema exposto



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O caso de Maria Santana não é isolado. Ele evidencia uma cadeia de permissividade que se retroalimenta: a baixa capacidade de fiscalização, a falta de integração entre conselhos regionais e universidades, e a existência de plataformas clandestinas que operam abertamente na internet. O resultado? A normalização de práticas ilegais, sob aparência de profissionalismo.




Nesta série de reportagens, O Verificador seguirá revelando outros nomes, clínicas, e agentes que integram essa rede.a Hoje é o caso de Maria. Amanhã, novas pessoas serão expostas. E cada revelação será entregue também às autoridades.




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Onde tudo começou: operação da Polícia Federal foi deflagrada após denúncia revelada por O Verificador




A fraude envolvendo Maria Santana Rodrigues Santos não foi identificada pela Polícia Federal na fase inicial da Operação Diploma, deflagrada em 11 de junho. No entanto, ela está diretamente vinculada ao mesmo esquema nacional de falsificação de diplomas de ensino superior revelado por O Verificador semanas antes da operação.




Na ocasião, nossa equipe de investigação teve acesso exclusivo a um portal clandestino hospedado fora do Brasil, que simulava a autenticação oficial de diplomas universitários. O site operava com QR codes falsificados, carimbos simulados e dados estruturados para enganar conselhos profissionais e órgãos reguladores. Ao lado da denúncia, O Verificador compartilhou com autoridades uma base de dados contendo centenas de registros falsos.




Dentre os nomes inicialmente listados na operação da PF estavam pessoas atuando ilegalmente nas áreas de Medicina, Engenharia, Biomedicina e Direito, com registros ativos em diversos conselhos de classe. A operação identificou conexões com grupos armados no Rio de Janeiro e no Nordeste, além de indícios de corrupção administrativa em esferas estaduais e municipais.




Por iniciativa editorial, O Verificador criou um Comitê de Apuração Independente — formado por jornalistas, juristas e peritos técnicos — que passou a investigar individualmente os nomes não alcançados pela Polícia Federal. Foi neste cruzamento de dados, investigações em campo e análise de documentos digitais que identificamos Maria Santana como integrante ativa da rede de falsificação.




Diferentemente dos nomes já monitorados pelas autoridades, o caso de Maria chegou ao conhecimento público apenas graças ao trabalho de campo e análise técnica do nosso núcleo de investigação. Seus dados estavam armazenados na mesma plataforma clandestina usada para forjar diplomas de instituições reais, incluindo a Universidade Estácio de Sá — cujo nome foi utilizado sem consentimento ou vínculo autêntico.




A Universidade Estácio de Sá declarou, em nota enviada à nossa redação, que “repudia veementemente o uso indevido de sua imagem institucional, colabora com as investigações e está revisando seus sistemas de validação para evitar fraudes”.




A partir de agora, O Verificador continuará a entrega sistemática de material à Polícia Federal, ao Ministério Público e a conselhos profissionais. Este caso marca apenas o início de uma série especial que seguirá revelando novos nomes, estruturas paralelas de validação e relações entre grupos criminosos e serviços públicos essenciais.




De volta ao caso Maria Santana: um diploma falso, um histórico real de riscos à saúde



Autuada em 2024, reincidente em 2025: Maria Santana ignorou advertência oficial e seguiu praticando ilegalmente




O caso de Maria Santana Rodrigues Santos não é apenas o de alguém que se envolveu tardiamente em uma prática ilegal — é o de uma reincidente que, mesmo após ser formalmente autuada pelo Conselho Regional de Biomedicina do Estado de São Paulo (CRBM-1) em 2024, manteve suas atividades com aparente indiferença à lei.




A advertência do conselho, obtida com exclusividade por O Verificador, foi clara: Maria havia sido flagrada realizando procedimentos restritos a biomédicos sem possuir registro profissional, tampouco qualquer comprovação de formação superior válida. Na ocasião, recebeu notificação para cessar imediatamente todas as atividades que demandassem formação técnica ou habilitação em saúde estética.




A resposta dela? Nenhuma. Maria não apenas ignorou a notificação, como deu sequência ao seu portfólio de serviços, promovendo novos procedimentos em redes sociais e aumentando o número de atendimentos presenciais no espaço improvisado que mantém no Boqueirão. Pouco tempo depois, apareceu com um diploma supostamente emitido pela Universidade Estácio de Sá — o mesmo que identificamos como fraudulento, emitido a partir de uma plataforma clandestina internacional.




O documento inclui número de matrícula falso, assinatura digital genérica e código QR sem vínculo com qualquer sistema oficial da universidade. Mesmo assim, Maria o usou para solicitar registro no CRBM, valendo-se dos mesmos intermediários que já haviam sido denunciados na operação da Polícia Federal.




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A cronologia dos fatos é inequívoca: Maria atuava irregularmente antes de 2024, foi autuada naquele ano, forjou documentação em 2025 e seguiu oferecendo serviços de risco sem qualificação. A reincidência, acompanhada de má-fé e dolo, coloca seu caso em um patamar jurídico mais grave do que a simples prática irregular — trata-se de fraude qualificada, tentativa de falsidade ideológica e exercício ilegal reiterado de profissão.



Investigada responde a O Verificador, mas evita esclarecer acusações




Como parte do compromisso editorial de ouvir todas as partes envolvidas, O Verificador procurou Maria Santana Rodrigues Santos por meio dos canais de contato disponíveis em registros públicos e redes sociais. Em mensagem enviada por aplicativo, ela confirmou ter recebido nossa solicitação, mas preferiu não responder de forma substantiva às acusações levantadas.




De forma breve e evasiva, Maria declarou apenas que “não está mais nas redes sociais há algum tempo” e que “não é cabeleireira, e sim esteticista”. Questionada sobre o diploma, o pedido de registro ao conselho, a autuação de 2024 e os atendimentos sem habilitação, limitou-se a dizer que “não se recorda de detalhes” e que “não tem muito o que comentar no momento”.




A equipe também enviou uma segunda rodada de perguntas, com cópias dos documentos que obtivemos e das conversas com intermediários da rede de falsificação. Até o fechamento desta edição, não houve nova resposta. O silêncio, no contexto de uma investigação que envolve falsidade documental e riscos à saúde pública, fala mais alto do que qualquer justificativa ensaiada.




A omissão deliberada diante de provas contundentes reforça a gravidade do caso. O Verificador continuará tentando contato com a investigada, mas já inclui o nome completo, CPF, histórico de atuação e documentação obtida em seu dossiê formal, que será entregue às autoridades federais e ao Ministério Público.






Próximo capítulo: quem são os intermediários da fraude e outros beneficiários — e onde estão agora



A série de reportagens de O Verificador prossegue amanhã com a exposição de nomes, perfis e modus operandi dos principais operadores da rede de diplomas falsos que abasteceu profissionais como Maria. A impunidade, neste caso, é apenas uma fase temporária.

Comentários (Total de comentários: 1510)

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Daniela 24/06/2025 11:32

Ela enganou todo mundo: clientes, seguidores e até colegas. Que pague na justiça.

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Eliane 24/06/2025 11:32

Isso é um escândalo nacional. A biomédica falsa precisa ser julgada em praça pública.

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Tatiane 24/06/2025 11:32

O caso dela é só a ponta do iceberg. Quantos mais estão aplicando sem formação?

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Fernanda 24/06/2025 11:32

Vi a matéria no Verificador. Fortíssima, corajosa e urgente. Parabéns!

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Carla 24/06/2025 11:32

Todo mundo que já suspeitou agora tá com a razão na mão. O Verificador entregou tudo.

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Aline 24/06/2025 11:32

O nome dessa mulher devia estar em todas as delegacias do país.

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Isabela 24/06/2025 11:32

E as vítimas? Quem cuida delas agora?

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Frederico 24/06/2025 11:32

Processo coletivo já! Não basta cancelar, tem que punir com força.

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Mateus 24/06/2025 11:32

Não é erro, é crime continuado. E com dolo.

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Cintia 24/06/2025 11:32

Se nada acontecer com ela, é sinal de que o Brasil não se importa com a saúde pública.

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Fernando 24/06/2025 11:32

Cadeia é pouco. Tem que indenizar cada cliente.

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Marina 24/06/2025 11:32

Nunca vi um caso tão escancarado de estelionato biomédico. Sem desculpas.

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Carlos 24/06/2025 11:32

Espero que essa denúncia chegue no CRM, no MP e em todo órgão de controle.

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João 24/06/2025 11:32

Como ela ainda tá solta depois de tudo isso?

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Lucas 24/06/2025 11:32

Se a justiça falhar, pelo menos a imprensa cumpriu o papel.

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Renata 24/06/2025 11:32

Vítimas emocionais, físicas e financeiras. O estrago é completo.

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Rafael 24/06/2025 11:32

É pra isso que a gente tem jornalismo investigativo. Denúncia exemplar.

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Felipe 24/06/2025 11:32

Ela construiu uma carreira com jaleco e mentira. Agora que desmonte com processo.

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André 24/06/2025 11:32

As fotos bonitas não escondem a gravidade do que fez. Nem filtro salva.

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Bruno 24/06/2025 11:32

Falsificar diploma e aplicar produto no rosto de alguém é crime de alto risco.

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