Chefe do Pentágono disse que a intervenção dos EUA 'não é ilimitada' e vice-presidente afirmou que Washington 'não tem interesse em tropas em solo'
22/06/2025 23:57
Horas após integrantes do governo dos Estados Unidos negarem qualquer intenção de derrubar o regime iraniano, o presidente Donald Trump contrariou publicamente sua equipe e voltou a sugerir que uma mudança de regime em Teerã pode estar nos planos da Casa Branca. Em postagem na plataforma Truth Social, Trump escreveu:
"Não é politicamente correto usar o termo 'mudança de regime', mas se o atual regime iraniano não é capaz de TORNAR O IRÃ GRANDE NOVAMENTE, por que não haveria uma mudança de regime??? MIGA!!!", fazendo alusão à sigla MAGA (“Make America Great Again”) e adaptando-a para “MIGA” (“Make Iran Great Again”).
A declaração repercutiu de forma imediata, em contraste com o posicionamento adotado mais cedo por membros do alto escalão. O secretário de Defesa, Pete Hegseth, declarou em coletiva que os ataques da operação “Midnight Hammer” (“Martelo da Meia-Noite”) “devastaram o programa nuclear iraniano” e pediu que os líderes de Teerã “busquem a paz para evitar novos bombardeios”.
Segundo Hegseth, o objetivo da operação não foi remover o regime atual, mas sim "neutralizar ameaças aos interesses nacionais dos EUA e à segurança de Israel". Ainda de acordo com o secretário, o ataque foi conduzido com precisão e não teve como alvo as forças armadas ou a população iraniana.
O presidente dos EUA, Donald Trump, discursa à nação, ao lado do vice-presidente JD Vance, do secretário de Estado Marco Rubio e do secretário de Defesa Pete Hegseth, na Casa Branca — Foto: CARLOS BARRIA / POOL / AFP
O vice-presidente JD Vance, em entrevista à NBC News, reforçou a linha oficial: “Não estamos em guerra com o Irã, estamos em guerra contra seu programa nuclear”. Ele reiterou que os EUA não têm interesse em enviar tropas terrestres ao país persa, embora tenha evitado comentar se as instalações atacadas foram destruídas integralmente.
— A operação reduziu substancialmente a capacidade do Irã de desenvolver armamento nuclear. Não entrarei em detalhes sensíveis, mas o impacto foi significativo — disse Vance.
Segundo ele, houve comunicações indiretas do Irã após os ataques, cujo teor não foi revelado. Também confirmou que Trump tomou a decisão após considerar que o regime iraniano não agia de “boa-fé” nas negociações para restringir seu programa atômico.
Já o secretário de Estado Marco Rubio, também tentou dissipar rumores sobre mudança de regime. À Fox News, ele afirmou que os EUA “não estão buscando guerra com o Irã” e reforçou: “O mundo está mais seguro hoje do que estava ontem”. Caso haja retaliação, disse Rubio, “o Irã cometerá o pior erro de sua história”.
Pentágono exibe cronograma operacional de ataque ao Irã durante entrevista coletiva em Washington, nos EUA — Foto: Andrew Harnik/ AFP
Em coletiva no Pentágono, o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, detalhou a operação como “altamente confidencial” e realizada com “disciplina excepcional”. Foram utilizadas 75 munições guiadas de precisão, incluindo 14 bombas “bunker busters” de 13.660 kg e mísseis Tomahawk disparados por submarino posicionado no Golfo Pérsico.
— Os bombardeiros B-2 Spirit partiram dos EUA continental, voaram por 18 horas até o Irã e retornaram ao Missouri — afirmou Caine. Outro grupo de aeronaves partiu rumo ao Pacífico como isca tática, desviando a atenção dos radares iranianos.
A operação seguiu os trâmites legais: o Congresso foi notificado após a decolagem, em conformidade com a War Powers Resolution. A decisão, no entanto, dividiu o Legislativo americano, gerando críticas inclusive dentro do Partido Republicano e de parlamentares democratas.
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, celebrou a operação americana como um avanço estratégico. Segundo ele, os objetivos de eliminar o risco nuclear e os mísseis balísticos estão “muito próximos de serem alcançados”, e a operação se encerrará quando esses alvos forem neutralizados.
O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, classificou os ataques como o “fim da diplomacia” e acusou Washington e Tel Aviv de “explodirem a via negocial”. Em Istambul, durante reunião da Organização para a Cooperação Islâmica, afirmou que Teerã “se defenderá por todos os meios necessários”.
Em nota publicada pela agência estatal Tasnim, a Guarda Revolucionária Iraniana afirmou que os ataques deram à República Islâmica o “direito de autodefesa, inclusive com opções que vão além dos cálculos dos EUA e de Israel”.
— Não seremos intimidados por Trump ou pelos que governam Washington e Tel Aviv — diz o comunicado.
Segundo autoridades locais, o ataque a Fordow causou ferimentos em civis, mas não há risco de radiação para a população, mesmo nas proximidades da instalação. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou que nenhum aumento de radiação foi registrado nas áreas afetadas.
O cenário permanece volátil, e novos desdobramentos são esperados nas próximas horas e dias. Washington, Teerã e Tel Aviv operam agora em um campo diplomático reduzido, com margem estreita para contenção mútua.
Reportagem elaborada por O Verificador, com colaboração de parceiros internacionais.
Acordem antes que seja tarde demais.
Me sigam em @patriota_real
Comentário só pra dizer: obrigado pelo trabalho.
Coragem e independência: isso é raro hoje.
Essa guerra é o novo 11 de setembro.
Estados Unidos são os verdadeiros terroristas.
O único jornal que não me trata como idiota.
O jornal que não tem medo de falar a real.
Bolsonaro nunca erra.
Dá vontade de imprimir e guardar esse texto.
Se não saiu no Overificador, eu desconfio.
É por isso que pago assinatura com gosto.
Preparem-se. Vai piorar antes de melhorar.
Enquanto eles vendem anúncio, vocês entregam verdade.
Vai dar guerra mundial...
Preparem-se. Vai piorar antes de melhorar.
Estão escrevendo a história antes dos outros.
Nunca pensei que chegaria nesse ponto.
Vai acontecer aqui também. Anotem.
A linguagem dele nunca foi de paz. É de espetáculo e fogo.
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