‘Ou haverá paz ou haverá tragédia ao Irã’, diz Trump após ataques
EUA assumem guerra com promessa de mais violência se Teerã retaliar
22/06/2025 05:26
Este foi o primeiro discurso do presidente dos EUA direto da Casa Branca após os ataques ao país do Oriente Médio; ‘se necessário, vamos continuar atacando’, complementou o republicano
Em um pronunciamento carregado de tensão e ameaças, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou oficialmente que Washington entrou na guerra no Oriente Médio, lançando ataques contra três instalações nucleares no Irã. A frase central de seu discurso — “ou haverá paz ou haverá tragédia ao Irã” — estabelece a retórica de confronto total como política externa americana a partir deste ponto.
Trump declarou que os alvos — localizados em Natanz, Isfahã e na fortaleza subterrânea de Fordow — foram atingidos com precisão, em uma operação que teria como objetivo “neutralizar a capacidade nuclear” de Teerã. Trata-se de uma ação militar coordenada com Israel, segundo confirmou o premiê Benjamin Netanyahu, que celebrou o momento como “um ponto de inflexão histórico”.
❗ O Verificador destaca:
1. O tom bélico de Trump rompe qualquer ambiguidade diplomática
Ao afirmar publicamente que “tudo pode acontecer em minutos”, Trump abandona qualquer discurso de contenção e coloca o arsenal nuclear e tecnológico dos EUA em estado de prontidão ofensiva. A frase, apesar de parecer demonstração de força, será lida internacionalmente como escalada perigosa, sobretudo por potências como Rússia e China.
2. A doutrina da força: Israel e EUA descartam negociação
A fala de Netanyahu — “primeiro, vem a força, depois a paz” — revela a estratégia central da coalizão: impor estabilidade pela via da superioridade militar absoluta, descartando diplomacia em curto prazo. O uso coordenado do ataque indica uma aliança estratégica que antecipou as consequências e decidiu avançar mesmo sob risco de confronto regional amplo.
3. Risco de retaliação iraniana amplia horizonte da guerra
Trump deixou claro que qualquer resposta de Teerã será recebida com força “ainda maior”, o que eleva o risco de uma segunda rodada de ataques — mais extensa e mais devastadora. A Guarda Revolucionária já declarou que “a guerra começou”, e os Houthis ameaçam embarcações americanas. O estreito de Ormuz e o Mar Vermelho podem ser alvos imediatos — com efeitos diretos sobre o comércio e o petróleo global.
4. Cenário interno e geopolítico se tensionam
Enquanto a mídia iraniana tenta tranquilizar a população, dizendo que não há riscos de contaminação ou destruição generalizada, o clima é de guerra aberta. Internamente, Trump joga uma aposta perigosa: coloca a imagem de pacificador construída na campanha em xeque, e pode perder apoio entre os republicanos não intervencionistas. O discurso de “fizemos o que só os EUA podem fazer” mira reforçar sua autoridade, mas também pode ser interpretado como busca de capital político via ação militar.
Conclusão – O Verificador
Trump escolheu o confronto direto como eixo de sua segunda presidência. A operação contra o Irã consolida uma guinada militarista, rompe alianças tradicionais da diplomacia americana e reacende o temor de guerra em múltiplas frentes. A retaliação iraniana, que parece inevitável, definirá o próximo capítulo — com potencial de alastramento do conflito a níveis sem precedentes desde o 11 de Setembro.
O Verificador continuará monitorando os desdobramentos com cobertura contínua e análise exclusiva.