Ampliação da Câmara desafia vontade popular
Três em quatro brasileiros são contra projeto que cria mais vagas de deputado. Senado precisa barrá-lo
22/06/2025 05:15
A proposta aprovada pela Câmara dos Deputados para ampliar o número de parlamentares de 513 para 531 ignora frontalmente o desejo da maioria da população. Levantamento Datafolha mostra que 76% dos brasileiros rejeitam o aumento, contra apenas 20% favoráveis. Ainda assim, o projeto segue para o Senado, exigindo reação firme da sociedade e da Casa revisora.
O que deveria ser apenas um ajuste técnico determinado pelo STF, baseado nos dados do último Censo, virou mais um exemplo de manobra política para expandir privilégios. Em vez de apenas redistribuir as cadeiras entre os estados — como determina a Constituição — deputados criaram 18 novas vagas, inflando o Congresso e agravando os gastos públicos.
Os custos não são desprezíveis: R$ 64,6 milhões por ano apenas com os novos deputados, fora o impacto indireto, como emendas parlamentares. Se mantido o padrão de R$ 38 milhões por deputado, o país poderá gastar até R$ 750 milhões a mais por legislatura. Um escândalo em meio à crise fiscal.
A proposta ainda cria efeito cascata nas Assembleias Legislativas, que por regra constitucional seguem o tamanho das bancadas federais. O impacto estimado nas esferas estaduais é de R$ 75 milhões por ano em despesas diretas.
A justificativa dos defensores da medida — evitar perdas de emendas e “desequilíbrio federativo” — não resiste a qualquer análise técnica ou moral. Emendas não devem ser moeda de barganha. Atualizações nas bancadas são legítimas e necessárias, mas dentro do limite já existente. O que está em jogo é o bom senso e o respeito à opinião pública.
Cabe agora ao Senado frear essa expansão imoral. O Brasil não precisa de mais parlamentares — precisa de mais responsabilidade. Ignorar a vontade de três em cada quatro brasileiros é uma aposta arriscada: a resposta pode vir nas urnas.
O que deveria ser apenas um ajuste técnico determinado pelo STF, baseado nos dados do último Censo, virou mais um exemplo de manobra política para expandir privilégios. Em vez de apenas redistribuir as cadeiras entre os estados — como determina a Constituição — deputados criaram 18 novas vagas, inflando o Congresso e agravando os gastos públicos.
Os custos não são desprezíveis: R$ 64,6 milhões por ano apenas com os novos deputados, fora o impacto indireto, como emendas parlamentares. Se mantido o padrão de R$ 38 milhões por deputado, o país poderá gastar até R$ 750 milhões a mais por legislatura. Um escândalo em meio à crise fiscal.
A proposta ainda cria efeito cascata nas Assembleias Legislativas, que por regra constitucional seguem o tamanho das bancadas federais. O impacto estimado nas esferas estaduais é de R$ 75 milhões por ano em despesas diretas.
A justificativa dos defensores da medida — evitar perdas de emendas e “desequilíbrio federativo” — não resiste a qualquer análise técnica ou moral. Emendas não devem ser moeda de barganha. Atualizações nas bancadas são legítimas e necessárias, mas dentro do limite já existente. O que está em jogo é o bom senso e o respeito à opinião pública.
Cabe agora ao Senado frear essa expansão imoral. O Brasil não precisa de mais parlamentares — precisa de mais responsabilidade. Ignorar a vontade de três em cada quatro brasileiros é uma aposta arriscada: a resposta pode vir nas urnas.
