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Bolsonaro tenta usar os EUA contra o STF e agrava sua situação jurídica: pressão vira munição para condenação

Nova frente de investigação revela tentativa de sabotagem institucional com apoio estrangeiro, tornando mais difícil uma pena branda para o ex-presidente, que agora também é acusado de obstrução de Justiça e atentado à soberania nacional

20/07/2025 12:07

A cada nova revelação, a situação jurídica de Jair Bolsonaro se deteriora. A mais recente ofensiva da Polícia Federal — que incluiu busca e apreensão, apreensão de celular e pen drive, e a imposição de tornozeleira eletrônica — abriu uma nova frente de investigação com potencial devastador: a articulação do ex-presidente para usar o governo dos Estados Unidos como instrumento de pressão contra o Supremo Tribunal Federal.

A tentativa de obter uma anistia por meio de chantagem internacional já causou impactos no processo principal da trama golpista. Ministros da Corte e investigadores da PF consideram que Bolsonaro cruzou uma linha grave ao recorrer a um aliado estrangeiro para tentar impedir a aplicação da lei no Brasil. A resposta institucional foi imediata: tornozeleira, restrição de contatos e vigilância reforçada.

Na visão de ministros ouvidos reservadamente, a nova acusação enterra qualquer expectativa de pena branda ou de voto dissidente na Primeira Turma. A tentativa de manipular a política externa para favorecer um réu em processo penal é vista como ameaça direta à soberania nacional — e pode resultar em nova ação penal, conforme alertou o professor Gustavo Sampaio (UFF).

A relação direta com Eduardo Bolsonaro, que publicamente defendeu o uso de retaliações econômicas dos EUA para forçar o STF a arquivar o processo, reforça a tese de coação e obstrução. A Procuradoria-Geral da República agora trata as condutas como autônomas, passíveis de punição cumulativa: golpe de Estado, abolição violenta da ordem democrática, obstrução, coação e atentado à soberania.

A PGR também rejeitou a tese da absorção dos crimes no cálculo da pena, argumentando que cada tipo penal protege bens jurídicos diferentes. Na prática, isso pode fazer a pena ultrapassar os 40 anos. Com 70 anos e problemas de saúde, Bolsonaro pode até ser beneficiado com prisão domiciliar — mas a imagem de impunidade começa a ruir com a reação das instituições.

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