AGU pede investigação sobre apostas bilionárias contra o Brasil antes do tarifaço de Trump
Movimentações financeiras suspeitas e possível uso de informação privilegiada reacendem suspeitas contra aliados de Bolsonaro e aprofundam inquérito sobre Eduardo
20/07/2025 12:01
A Advocacia-Geral da União (AGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF), neste sábado (20), a abertura de investigação sobre possíveis crimes financeiros relacionados ao tarifaço econômico anunciado por Donald Trump contra o Brasil. A solicitação se baseia em uma apuração do Jornal Nacional, da TV Globo, que revelou transações suspeitas no mercado cambial americano, feitas poucas horas antes da medida ser anunciada.
Segundo a reportagem, grandes volumes de compra e venda de dólares ocorreram no mercado futuro, com lucros bilionários obtidos após o real despencar diante do anúncio da tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. A AGU considera a possibilidade de que os responsáveis pela operação tenham tido acesso antecipado à informação — o que configura crime de insider trading, ou uso indevido de informação privilegiada para obter vantagem financeira.
A petição também relaciona os fatos ao inquérito já aberto contra o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), investigado por articulações paralelas com aliados internacionais e possível atuação na divulgação ou intermediação de medidas econômicas estrangeiras com impacto no Brasil. A suspeita é que o núcleo bolsonarista, com laços diretos com Trump, possa ter antecipado a medida e se beneficiado com operações no mercado financeiro.
Se confirmada, a movimentação bilionária exporia não apenas um esquema de enriquecimento ilícito, mas também o uso da política externa norte-americana como ferramenta de manipulação econômica — com colaboração de agentes brasileiros. A AGU alerta que esse tipo de prática ameaça a estabilidade do sistema financeiro nacional e fere o interesse público.
O pedido agora será analisado pela relatoria do inquérito no STF. Parlamentares da oposição já cobram a quebra de sigilos bancários dos envolvidos e acesso aos registros da corretora americana que intermediou as transações. Caso os indícios se confirmem, pode ser o início de uma das mais graves denúncias de uso político de inside information da história recente do país.