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Carnaval manchado: escola Em Cima da Hora anuncia bicheiro investigado por assassinato como patrono

Vinicius Drumond, herdeiro de império da contravenção e alvo de duas operações da Polícia Civil, é alçado ao posto de patrono por escola da Série Ouro no Rio.

09/07/2025 10:48

A escola de samba Em Cima da Hora, tradicional agremiação da Zona Norte do Rio, anunciou nesta terça-feira (8) que o bicheiro Vinicius Drumond é seu novo patrono. O comunicado oficial, publicado nas redes sociais da escola, celebra o apoio de Vinicius à cultura carnavalesca, mas ignora o fato de que ele é investigado pela Polícia Civil em múltiplas frentes — incluindo a liderança de uma quadrilha de furto de petróleo e possível envolvimento em um homicídio com características de execução.

Vinicius é filho do falecido contraventor Luizinho Drumond e, além de ter ocupado cargos na Imperatriz Leopoldinense, carrega o legado da família na articulação entre carnaval e jogo do bicho — um vínculo histórico, mas ainda assim incômodo à luz da legalidade democrática.

Pouco antes de assumir o novo posto na Em Cima da Hora, Drumond renunciou à vice-presidência executiva da Imperatriz após se tornar alvo da Operação Ouro Negro. A ação policial investiga um grupo criminoso que furtava petróleo diretamente de dutos da Petrobras, esquema que teria sido comandado por ele com uso de laranjas e lavagem de dinheiro.

Menos de duas semanas depois, Vinicius voltou ao radar da polícia, desta vez como alvo de operação que apura a execução do empresário Manuel Agostinho, assassinado a tiros de fuzil em Del Castilho, em setembro de 2023. Segundo os investigadores, Agostinho também atuava na contravenção e rompeu com o clã Drumond após a morte de Luizinho — fato que pode ter motivado seu assassinato.

Apesar das acusações, a Em Cima da Hora escolheu celebrar a “trajetória no carnaval” de Vinicius e seu “apoio às escolas da Zona Norte”. A decisão, embora não inédita no contexto do carnaval carioca, renova o debate sobre a relação promíscua entre cultura popular, impunidade e crime organizado no Rio de Janeiro.

Comentários (Total de comentários: 1153)

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Juliana 09/07/2025 10:57

Mais um capítulo da novela: crime e cultura de mãos dadas

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Gabriel 09/07/2025 10:57

Pena que o povo do samba não tenha autonomia financeira.

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Tatiane 09/07/2025 10:57

Cadê o Ministério Público? Dormindo no batuque?

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Murilo 09/07/2025 10:56

O samba não precisa de padrinho assim. Precisa de respeito.

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João 09/07/2025 10:55

Ninguém mais esconde. O crime agora patrocina com post oficial.

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Renata 09/07/2025 10:55

A cultura popular virou biombo pra bandido posar de mecenas.

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Cintia 09/07/2025 10:55

Até quando o samba vai ser usado pra lavar reputação?

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Matheus 09/07/2025 10:53

Isso desmoraliza quem luta por um carnaval limpo e popular.

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Cintia 09/07/2025 10:53

Depois reclamam da imagem do Rio lá fora. Isso explica muito.

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Mateus 09/07/2025 10:51

Patrono ou chefe de quadrilha? A linha ficou tênue demais.

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Camila 09/07/2025 10:51

Carnaval é cultura, mas isso aí é apadrinhamento do crime.

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Mateus 09/07/2025 10:51

Enquanto isso, artista de favela sem patrocínio nenhum.

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José 09/07/2025 10:50

É um insulto a história do samba carioca.

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Cintia 09/07/2025 10:50

O nome disso é legitimar o crime com glitter e tamborim.

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Felipe 09/07/2025 10:49

O crime organizado adora uma avenida iluminada pra desfilar.

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André 09/07/2025 10:48

Furto de petróleo, homicídio e agora homenagem? Que país é esse?

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Renato 09/07/2025 10:47

Samba sim, máfia não.

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Juliana 09/07/2025 10:45

Não dá pra normalizar esse tipo de figura como patrono

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José 09/07/2025 10:44

Daqui a pouco vai ter traficante sendo homenageado também.

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Ricardo 09/07/2025 10:43

Quem defende isso perdeu a noção do que é cultura.

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