Pedágio das Emendas: PF desvela rede de corrupção institucionalizada no Ceará
Deputado Júnior Mano (PSB-CE) é alvo de operação que revela cobrança de propina de até 12% para liberação de verbas públicas; nomes ligados ao MDB e PT também surgem nas investigações.
09/07/2025 10:34
A Polícia Federal revelou nesta semana uma trama de corrupção institucionalizada envolvendo o deputado Júnior Mano (PSB-CE) e um esquema de cobrança de propina sobre emendas parlamentares destinadas a municípios cearenses. Segundo as investigações, prefeituras só conseguiam acessar os recursos mediante pagamento de até 12% em propina — valor apelidado nos bastidores de “pedágio” ou “imposto”.
A operação, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes (STF), incluiu buscas no gabinete e nas residências de Júnior Mano, que é acusado de centralizar o esquema, articulando a compra de votos e o financiamento de campanhas eleitorais com verba pública desviada.
Embora apenas o deputado do PSB tenha sido formalmente alvo da operação até agora, a PF mencionou a necessidade de aprofundar a apuração sobre emendas associadas aos deputados José Guimarães (PT-CE), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Yuri do Paredão (MDB-CE). Nenhum dos três foi alvo direto das diligências. Os parlamentares negam qualquer envolvimento e alegam transparência nas indicações.
As mensagens interceptadas pelos investigadores envolvem Carlos Alberto Queiroz, o “Bebeto”, prefeito eleito de Choró que não chegou a tomar posse. Ele aparece em conversas negociando as emendas com operadores políticos, mencionando parlamentares e tratando da divisão dos valores. Em um dos diálogos, Bebeto cita repasses de R$ 2 milhões atribuídos a Guimarães e R$ 1 milhão a Eunício.
Em outro trecho do inquérito, uma ex-prefeita de Canindé relatou ter rompido com o grupo político de Júnior Mano após se recusar a repassar 10% de duas emendas que, segundo ela, vinham do gabinete de Guimarães.
Já Yuri do Paredão, também citado em mensagens trocadas com Bebeto, teria demonstrado familiaridade com o funcionamento do esquema ao questionar sobre a ampliação de investimentos em cidades ligadas ao grupo.
Em nota, Júnior Mano afirmou que a investigação provará sua “correção de conduta”. O PSB, partido do deputado, ainda não se pronunciou. A operação lança luz sobre o uso recorrente de emendas parlamentares como ferramenta de corrupção e clientelismo, prática que atravessa partidos e compromete o interesse público em favor da manutenção de poder local.
A operação, autorizada pelo ministro Gilmar Mendes (STF), incluiu buscas no gabinete e nas residências de Júnior Mano, que é acusado de centralizar o esquema, articulando a compra de votos e o financiamento de campanhas eleitorais com verba pública desviada.
Embora apenas o deputado do PSB tenha sido formalmente alvo da operação até agora, a PF mencionou a necessidade de aprofundar a apuração sobre emendas associadas aos deputados José Guimarães (PT-CE), Eunício Oliveira (MDB-CE) e Yuri do Paredão (MDB-CE). Nenhum dos três foi alvo direto das diligências. Os parlamentares negam qualquer envolvimento e alegam transparência nas indicações.
As mensagens interceptadas pelos investigadores envolvem Carlos Alberto Queiroz, o “Bebeto”, prefeito eleito de Choró que não chegou a tomar posse. Ele aparece em conversas negociando as emendas com operadores políticos, mencionando parlamentares e tratando da divisão dos valores. Em um dos diálogos, Bebeto cita repasses de R$ 2 milhões atribuídos a Guimarães e R$ 1 milhão a Eunício.
Em outro trecho do inquérito, uma ex-prefeita de Canindé relatou ter rompido com o grupo político de Júnior Mano após se recusar a repassar 10% de duas emendas que, segundo ela, vinham do gabinete de Guimarães.
Já Yuri do Paredão, também citado em mensagens trocadas com Bebeto, teria demonstrado familiaridade com o funcionamento do esquema ao questionar sobre a ampliação de investimentos em cidades ligadas ao grupo.
O que disse o citado
Em nota, Júnior Mano afirmou que a investigação provará sua “correção de conduta”. O PSB, partido do deputado, ainda não se pronunciou. A operação lança luz sobre o uso recorrente de emendas parlamentares como ferramenta de corrupção e clientelismo, prática que atravessa partidos e compromete o interesse público em favor da manutenção de poder local.
