Durante discurso no Conselho de Segurança da ONU, o governo israelense afirmou que manterá operações ofensivas contra o Irã “pelo tempo que for necessário”, até que o que classifica como “ameaça nuclear” seja completamente desmantelada.
20/06/2025 14:35
Nações Unidas, 20 de junho – A crise no Oriente Médio atingiu um novo ponto de inflexão nesta sexta-feira, após uma reunião emergencial do Conselho de Segurança da ONU em Nova York. O embaixador israelense Danny Danon deixou claro que a campanha militar contra o Irã não será interrompida até que, segundo ele, a infraestrutura nuclear do país esteja completamente desmantelada.
“Não vamos parar. Não até que a ameaça nuclear do Irã seja desmantelada, não até que sua máquina de guerra seja desarmada, não até que nosso povo e o seu estejam seguros”, afirmou Danon em tom incisivo. A declaração ecoou no salão do Conselho como uma promessa de prolongar e escalar o conflito que já adentra seu oitavo dia consecutivo.
Enquanto isso, em Genebra, diplomatas das principais potências europeias — França, Reino Unido e Alemanha — se encontravam com o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, para tentar mediar uma solução diplomática que se mostra cada vez mais frágil diante da retórica inflamada de ambos os lados.
Alarme e escalada
Do lado iraniano, o embaixador Amir Saeid Iravani reagiu com preocupação crescente. “Israel aparentemente declarou que continuará este ataque por quantos dias forem necessários. Estamos alarmados com relatos confiáveis de que os Estados Unidos podem estar se juntando a esta guerra”, advertiu Iravani, apontando para um possível envolvimento direto de Washington nas hostilidades.
Em uma resposta cortante, Danon criticou seu colega iraniano: “Como ousa pedir à comunidade internacional que o proteja das consequências da sua própria agenda genocida?”
A reunião do Conselho — convocada a pedido do Irã e com apoio de China, Rússia e Paquistão — foi marcada por discursos carregados, acusações mútuas e o crescente temor de que a guerra possa extrapolar fronteiras regionais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, fez um apelo solene pela paz:
“Para as partes em conflito, para as partes em potencial em conflito e para o Conselho de Segurança, que representa a comunidade internacional, tenho uma mensagem simples e clara: dêem uma chance à paz”, declarou Guterres. “Estamos em um momento decisivo, em que nossas escolhas podem determinar não apenas o destino das nações, mas o futuro da Humanidade.”
Enquanto os olhos do mundo se voltavam para Nova York, em Genebra, iniciavam-se negociações cruciais sobre o programa nuclear iraniano. Diplomatas da União Europeia se reuniram com Abbas Araghchi para tentar reacender os canais diplomáticos e conter a escalada militar. Ainda que os detalhes do encontro não tenham sido divulgados, o presidente francês Emmanuel Macron antecipou que seria feita “uma oferta de negociação completa, diplomática e técnica”, incluindo concessões no tema nuclear.
Macron destacou que essa solução seria “colocada sobre a mesa” com a expectativa de que o Irã demonstrasse real interesse em aderir ao plano. Araghchi, por sua vez, afirmou estar disposto a dialogar, mas classificou os ataques israelenses como uma “traição” ao esforço diplomático em curso.
“Fomos atacados no meio de um processo diplomático em andamento”, declarou Araghchi ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, também nesta sexta-feira.
Do outro lado do Atlântico, o presidente americano Donald Trump declarou que tomará uma decisão sobre possível apoio militar a Israel dentro de “duas semanas”. Tal ação envolveria o uso de bombas de penetração profunda contra instalações nucleares iranianas, como o complexo subterrâneo de Fordow — capacidade que apenas os EUA possuem plenamente.
O secretário de Relações Exteriores britânico, David Lammy, alertou: “Existe uma janela estreita nas próximas duas semanas para alcançar uma solução diplomática.” Já o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, reiterou: “O Irã nunca poderá desenvolver ou adquirir uma arma nuclear.”
A suspeita de que o Irã busca capacidades bélicas em seu programa nuclear é reiterada por diversas agências ocidentais, embora não haja consenso técnico a esse respeito.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) reconhece que o Irã é o único país sem armamento nuclear a enriquecer urânio até 60%, mas ressalta que isso não implica que possua os meios completos para fabricar ogivas nucleares. “Dizer quanto tempo levaria seria pura especulação”, disse Rafael Grossi, diretor da AIEA, à CNN. “Não vimos nenhuma atividade que aponte para tal estágio final.”
Em contraste, o governo francês reiterou que ações militares não garantem a estabilidade a longo prazo. “Soluções militares não são soluções de longo prazo para garantir o respeito às obrigações do Tratado de Não Proliferação”, afirmou o porta-voz Christophe Lemoine.
O tom em Israel, no entanto, permanece inflexível. Em entrevista ao jornal alemão Bild, o diplomata Gideon Saar disse: “Não acredito na diplomacia com o Irã. Todos os esforços anteriores falharam”. Saar reforçou o apoio de Israel à decisão do ex-presidente Donald Trump de se retirar do acordo nuclear de 2015, abandonando compromissos firmados anteriormente com Teerã.
O cenário é, portanto, de alta voltagem diplomática e risco militar iminente. Os próximos dias prometem ser decisivos, enquanto a comunidade internacional aguarda sinais concretos de moderação — ou de uma espiral ainda mais perigosa.
Parceria editorial: O Verificador, New York Times e AFP
Estão escrevendo a história antes dos outros.
Meus amigos, estamos perdidos.
Tudo muda, menos a manipulação.
Acordem antes que seja tarde demais.
Comentário editado por sanidade mental.
É sempre a mesma novela.
Esse comentário vai sumir em 3, 2, 1...
A elite agradece pelo circo que virou isso aqui.
Se isso não te assusta, reveja seus valores.
Mais uma narrativa da esquerda...
Somos governados por fantoches.
Esse país virou um hospício.
A elite agradece pelo circo que virou isso aqui.
A população virou espectadora da própria desgraça.
Finalmente um jornal que fala!
Vou indicar esse site pra minha escola.
Já me salvou em debates mais de uma vez.
Enquanto isso no Brasil, gasolina a R$ 7!
ISRAEL está certo! Não dá pra negociar com terrorista.
Mais uma guerra fabricada pra vender arma. Acordem!
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